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sexta-feira, março 23, 2012

atualmente, sou prisioneiro de uma mente encalhada em dispersão que nada deseja e tudo quer, muito anseia e pouco faz.
canso-me de cansar. das coisas de que gosto ou das que odeio, o paladar é o mesmo. gosto e textura de cinzas enchem minha boca.
se abro as cortinas é apenas para ver a parede de tijolos. a fechadura da maçaneta que tenho em minhas mãos está destrancada, mas onde está a porta?
estou em campo aberto, abertíssimo e tenho por teto este céu libertário que me oprime. aos meus olhos ressequidos as estrelas são pó de giz.
os dias se engolem e se regurgitam com a mesma mecânica. eu ando e paro. eu paro e ando. e os meus pés pisam no mesmo lugar.

poema 059

sexta-feira, março 23, 2012

a pedra continua pedra

Havia um escultor.
Lapidava pedras
de sua forma bruta
para sua forma pura…

Não é bruta a forma pura da pedra?

Falo do escultor.