Archive for novembro \27\-02:00 2013

poema 107

quarta-feira, novembro 27, 2013

um decassílabo qualquer

vai toma no cu, seu filho da puta

poema 106

quarta-feira, novembro 27, 2013

guardo-te no coração com a única segurança que tenho e que dou:
a liberdade de amar.

a segurança da chama
da vela
que eu seguro
em campo aberto
à noite
contra o vento.

guardo-te solta num coração preso a ti.
e se te cativo com essa chama
é apenas porque tenho em ti meu cativeiro:
uma cela sem paredes nem grades,
mais ampla que o campo
ou a noite.

uma pequena confissão

quarta-feira, novembro 27, 2013

atualmente trabalho no quinto andar de um prédio. trata-se de um amplo salão que imagino ter uns 150 m². estou bem no meio deste salão rodeado por aproximadamente 80 pessoas. as baias são baixas, todos se vêem. o ambiente é agradável, as pessoas são simpáticas. faço pesquisa de textos para livros didáticos. leio crônicas, notícias, contos, letras de música, resenhas de filmes, poemas, tirinhas. mas, de vez em quando, leio um poema ou assisto pelo youtube à alguém declamando um poema. nesses de vez em quando, se me olharem de perto, verão que choro.

e chorar por conta de um poema é uma das ínfimas coisas que acho que tenho de melhor em mim.

poema 105

quarta-feira, novembro 27, 2013

o ônibus demora pra passar.
a vida passa devagar?

a tarde tarda
ou retarda a vida?

eu no ponto,
a vida na linha.

o ônibus é só metáfora.

poema 104

terça-feira, novembro 12, 2013

leitura e interpretação (ou: os seis sentidos do texto)

I
o sentido do texto é de fora
______para dentro
___________e
_______de dentro
para fora é o texto sentido

II
sentido do texto:
sexto sentido do leitor.

III
o sentido do texto
são destinos

IV
o sentido do texto
é um eu que sente
um eu fingindo
outro eu sentindo

V
tinha tido sentido;
sem texto sem eixo
difícil tem sido

VI
entre tantos desatinos
(ou não) escritos,
não se identifica
o texto do sentido.

poema 103

segunda-feira, novembro 11, 2013

ardem as rosas
no furor do fogo
pétalas-cinzas no ar