Poema dos necessários
É preciso ler, Drummond.
É preciso verde-querer Cartola,
é preciso libertinar Bandeira,
é preciso pichar Mallarmé por toda a cidade.
É preciso humildar Criolo,
é preciso sertanesser Rosa,
é preciso … Clarisse,
é preciso haicair Lemisnki,
é preciso revelar Sophia.
É preciso navegar Pessoa,
é preciso versar Neruda,
é preciso refletir Borges,
é preciso colher de Baudelaire
as benditas flores do asfalto.
É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso desembalar o belo
e contemplar a alvorada.